sábado, 12 de dezembro de 2009

Da série: sapatos famosos


JAZZ

sobre o que me vai na alma sobre
sob o que vaia n'alma: assombro
um som de sax e lábios vermelhos
e um desejo de confessar um dos inconfessáveis:
_Eu...
Thelonious Monk sorri da minha imprudência
e me lembra que a vida é uma tragédia com calda de caramelo
ao meu redor o município de Mauá gira como uma baiana da escola de samba no grupo de acesso
e eu cometo esse poema como o menino que jura a Deus não mais se masturbar
Thelonious
marca o compasso com seu sapato lustroso, combinando em nada com a toquinha de lã
ele é Deus, o piano é o Diabo e nós somos a música
este acorde, por exemplo,
era eu.
JdB

2 comentários:

  1. Ouvir jazz, retirar de dentro de dada poro um arrepio.

    Não escreverás poemas em vão, é um dos cinco mandamentos perdidos, quase revelados pelo profeta Mel Brooks em "História do Mundo parte I".

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  2. Amo Jazz
    Amo Telenious Monk
    Amo música
    Amo
    Amo
    Amo Anáforas!!!

    Hahahaha

    Jorge, vc assistiu o documentário dele?
    É Espetacular!
    Vi no SBT.

    Senti uma sutileza em questão de críticas e uma fúria velada a determinadas coisas, como:

    Acho que o texto dialoga com o que fiz "Ecoultimoato".
    Pela colocação e repetição dos "Eu's"...

    Pela citação de Deus (Eu cito no meu)
    Pela citação do Diabo (O último ato poético que ecoa)
    Pelo nosso somos música (Diretamente na questão que propus. De por sermos como somos estão limitados a uma mesma "partitura", como contrapontos ou não. Entretanto, sempre como música)

    Talvez esteja viajando na minha megalomania, mas gostei por isso. Pelo diálogo que se impõe entre os textos.

    Tem tanta coisa minha na suas palavras ou seriam nossas?

    Está é a nossa Glosa, Jorge?

    O nosso terrorismo poético!!!

    Hahahahahahaha

    Abço

    O Revelador

    Hahahahahahaha

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