Edson Bueno de Camargo
para Jorge de Barros
esconde a face
dos exilados
objetos em pedra
pedra-pão de duro comer
dente de cerâmica preta
e corte de obsidianas
pedra-pé
e suas plantas voltadas
faces à terra seca
ranhuras de rocha viva
famílias de pedra
nomes minerais
vermelhas
leprosários remotos
para exilar todo aquele de cepa rara
os que não coagulam
os que não coadunam
falam em língua de fogo
(como profetas)
e ferroadas de zangões
ao abandono
da palavra esfacelada
mica de pedra
sal
que se perde em graus
e os gumes de cobre
ainda seca a boca
a sílica do amargo da terra
blanco
aqui está o cálculo calcinado de enxofre
fogo PROMETido
que queima lento e doloroso
No meio do meu rim tinha uma pedra!
ResponderExcluirE por mais que eu tentasse fazer versos pra tentar traduzir a angústia além destas palavras...
Tinha uma pedra no meio do meu rim
Tinha uma pedra
No meio do meu rim tinha uma pedra.
Amigo Edson, obrigado pela dedicatória. Só quem já teve pedra no rim ou tem poemas na cabeça é que sabe realmente a angústia que é.
Tenho e tive ambos, e não sei o que dói mais.
ResponderExcluirPara poemas na cabeça não em analgésico.
Não tente diluir poemas em álcool, eles se multiplicam.
ResponderExcluirPoucos poetas eu tentam assemelhar-me no verso livre... Este poema acho que fui eu que escrevi.
ResponderExcluirSó fiquei sentido, caro Edson, por não tê-lo me dedicado pra mim.
Brincadeira com fundo de verdade!
Eu ouvi minha musicalidade nestes versos livre?
Ouvi, sim.
Abs Edson.
Mais cedo ou mais tarde te dedico um, acho que este poema ressoa com o poema dos calcanhares do Jorge, daí a homenagem. Quanto a musicalidade, não havia percebido, isto é muito louco, outro tem de ver aquilo que já é seu.
ResponderExcluirInvejoso! :-P
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