terça-feira, 16 de março de 2010

FENDA NO TEMPO...

Numa tarde qualquer
Vejo o Outono surgir em janeiro
Tantas primaveras
De eras que eram tempo de afirmação
O ar de hoje em dia
Exala um cheiro estranho...

Tanta vida
Embutida dentro da vida
De asa partida
Não pode voar

Mas o tempo
Ainda é tempo de ida...

E essa tarde estranha
Guarda uma fenda
Que se possa enxergar
A entranha da tarde
Enigma do tempo
Maior que a contemplação
Ou o lamento,
É a Inquietação

Que com a brisa da tarde
Traz um silfo no ouvido

Aquela palavra perdida
Na noite dos séculos
Que tento em vão encontrar.



Ederson Rocha

3 comentários:

  1. Buscar uma palavra, buscar a palavra, está é nossa sina, e nosso maior prazer.

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  2. Procurar a palavra é como procurar agulha em palheiro. Não se encontra? Furam-se os dedos. Então, vamos para outra: perdem-se os dedos, ficam os anéis.

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  3. "Vão-se os dedos, vendende-se os anéis."
    - desculpe, eu não resisti!

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