Numa tarde qualquer
Vejo o Outono surgir em janeiro
Tantas primaveras
De eras que eram tempo de afirmação
O ar de hoje em dia
Exala um cheiro estranho...
Tanta vida
Embutida dentro da vida
De asa partida
Não pode voar
Mas o tempo
Ainda é tempo de ida...
E essa tarde estranha
Guarda uma fenda
Que se possa enxergar
A entranha da tarde
Enigma do tempo
Maior que a contemplação
Ou o lamento,
É a Inquietação
Que com a brisa da tarde
Traz um silfo no ouvido
Aquela palavra perdida
Na noite dos séculos
Que tento em vão encontrar.
Ederson Rocha
Diário do Grande ABC - 12/09/2014
Há 10 anos
Buscar uma palavra, buscar a palavra, está é nossa sina, e nosso maior prazer.
ResponderExcluirProcurar a palavra é como procurar agulha em palheiro. Não se encontra? Furam-se os dedos. Então, vamos para outra: perdem-se os dedos, ficam os anéis.
ResponderExcluir"Vão-se os dedos, vendende-se os anéis."
ResponderExcluir- desculpe, eu não resisti!