Edson Bueno de Camargo
dos que não apertem os pés
para o conforto
de caminhar junto de meus irmãos
e chegar e ficar em qualquer lugar
para que não existam cercas
que nos impeçam de andar
preciso de sapatos que voem
para que nunca se esqueça a utopia
muito menos a graça
que se acredite no novo
caminhando de mãos dadas com o velho
preciso de sapatos arados
que sulquem os campos
e estes não tenham donos
e a semente que se colher
na divisão
alimente a mim e aos meus
que nunca falte um lugar à mesa
para se compartilhar
preciso de sapatos água
que cavem poços fundos
e do que botar
a sede de todos se possa saciar
preciso de sapatos palavras
para que assim que não falte pão
não falte poesia em nossa casa
e a palavra seja de todos
que dela necessitar
e meu poema não tenha dono
seja da boca que o usar
Quero os mesmos sapatos. Não para andar, voar ou escrever; apenas para viver. Quem tiver algum, mesmo usado e de valor inestimável que ao menos me mostre por um momento a glória da sua oração (no final ficou meio reverênca!), para que eu possa contemplar seu entusiasmo com a minha vontade que não cessa.
ResponderExcluirGrande abço poeta da procura.
Chris
A Deise falou que este texto parece do Thiago de Melo.
ResponderExcluirDevem ser meus cabelos brancos.