Dois lados
De uma mesma senda
Uma firme como pedra
O outro fluente flexível
Como as águas de um rio
Um é vencido pela rigidez
O outro, pelo perdão
Um almeja acordar corações
Outro, aquecer corações
E ao redor a vida
Infinito mar de possibilidades
Cheia de abismos e precipícios
A vida, um deserto
Ao longe a miragem viva do sublime
No meio, uma pedra de tropeço
Quando um busca o prazer de viver
O outro se inebria
Na beleza da canção
Caminhar é relativo
Um passo requer o uso preciso
E o calculo das probabilidades
Além das circunstâncias
Suas mentes enxergam horizontes
Não nasceram para o habitual
Lutam cada dia
Contra o olhar comum e corrente
Um demonstra o olhar da indignação
O outro revela a ausência de compaixão
E a vida ao redor os corrompe
Um se constrói daquilo que faz
Mostra-se por inteiro
E cultiva a guerra
Contra a inércia e o conformismo
Dos valores que se dissolvem
O outro
Busca com a própria vida
O ascetismo místico e utópico
Cultiva a inquietude
A aspiração da supra-consciência
A mente em constante movimento
Questionamentos
O olhar na raiz do nariz
A auto-observação de si é uma pérola
Fruto do que trazemos no peito
Antítese ou
Absurdos da reflexão
Fato consumado da sublimação
Alquimia que se funde
Na desmistificação da vida
No instante em que o absurdo é belo
E o perfeito imperfeito
Na razão dos sem razão
Enfim
Viver é uma constante luta voraz
Que ninguém escapa
E a utopia, tão sedutora
Dominou seus corações...
Ederson Rocha
Diário do Grande ABC - 12/09/2014
Há 10 anos
A utopia é uma dádiva ou um vício?
ResponderExcluirInfelizmente caminha-se, sem nunca chegar...Para os que sabem onde ir.
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