Edson Bueno de Camargo
recobrou o olho
e este tinha fome
a fome insaciável dos olhos
e o olho cobrou a fome
desde os tempos imemoriais da fome
o quanto dar de comer ao olho
se este não se sacia
quanto de velhas fotografias
tanto de livros amarelos
jornais dobrados até se tornarem quebradiços
cartas de amor não correspondido
e flores e frutos secos guardados em gavetas
quanto de moedas antigas
de quinquilharias
a fome voraz de papéis velhos
e dedos envelhecidos
óculos para miopia
de tantos e todos tempos e temperos
que calaram em renascimentos
e ai se destilou o dia
com a luz coada
de olhares furtivos pela janela
e seus vidros ensebados e turvos
cor que se esmaecia
Confesso que não resisti em fazer a centésima postagem no blogue.
ResponderExcluirTenho fome insaciável de imagens,
ResponderExcluirpor isso sou poeta.
Se ficasse cego,
morreria de tristeza
ou enlouqueceria.
Bom saber q este blog continua vivo. Meus olhos tem fome de ver postagens aqui.
ResponderExcluirE meus tem fome de ver o Cris modificando e remexendo isso aqui...
ResponderExcluirBelo poema, Edson!
O Crís sumiu no últimos dias. Estou sentindo falta de nossas discussões insensatas e sem sentido.
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