sábado, 30 de maio de 2009

Sobre Provérbios e sapateiros.

O big-bang



Por que escrever poesia em tempos de penúria? Talvez esta pergunta já tenha sido respondida por pessoas mais competentes que a minha pessoa. Mas, penso que por vivermos um tempo em que o poético rima com patético, a poesia poderá nos por a salvo da barbárie em que vivemos e que usa o nome de civilização. A sociedade de consumo, a mais moderna forma de destruição do planeta, com seu caminho homicida e suicida, a devorar os recursos naturais como se fossem inesgotáveis, e no fim tudo que teremos serão mares poluídos e desertos.

A poesia por seu porte anárquico e sua imaterialidade traz a semente do caos. O caos é o mais primitivo dos deuses, criador e destruidor, temido pelos gregos clássicos, por imergir das águas barrentas e férteis em vida, por conter uma grande energia e potencial. A partir do caos se criaram universos.

Somente diante do nada é que podemos ser verdadeiramente nós mesmos.

3 comentários:

  1. Mas será, eu penso, que a verdadeira poesia então, nascida no caos e na lama do sistema e ponta de lança contra a sociedade de consumo, não seja a do Hip Hop? Contrária inclusive aos cânones literários burgueses, que como todos os cânones, servem para acorrentar a arte aos padrões de "bom gosto" dos salões da corte?

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  2. Chegamos ao fim de um processo de exploração. Agora, ou se altera este sistema ou vamos explorar até o nosso mais intimo e nobre valor: A Razão. Aquilo que nos difere dos animais. A poesia é, ao meu ver, o mais alto nível que a razão chegou. Na poesia a razão não explica o sentimento, mas demostra-o. E isto é fundamental. Valioso e necessário para a vida valer a pena. A mitologia explica muito da gente e a gente é a própria mitologia. Acho que o caos é que rege as nossas vidas e cada dia mais ele se perde em preceitos equivocados da razão, como: Sociedade e civilidade.
    Abaixo a barbárie da alma, abaixo o fim do homem.
    Enalteceremos apenas o que vale a pena e só vale é não ser pequena.
    Um grande abraço camarada, Edson.

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  3. O Hip-hop teria que aprender a deixar de lado certos preconceitos. São trovadores modernos, mas sua cultura tem muito dos opressores dos quais eles catam contra.

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