"A sociedade espera, e tem razão para esperar, que cada um desempenhe o mais perfeitamente possível o papel que lhe coube; assim, um homem que seja sacerdote deve em todas as ocasiões desempenhar impecavelmente o papel de sacerdote. A sociedade exige-o por uma espécie de segurança: todos devem permanecer no seu posto, aqui um sapateiro, além um poeta. Não se espera que ninguém seja ambas as coisas [...], isso seria "esquisito". Um homem desses seria "diferente" dos outros, não mereceria confiança. No mundo das letras seria um diletante; em política, uma grandeza "imprevisível"; em religião um livre-pensador. Em suma, seria suspeito de incompetência e inconstância, pois a sociedade está convencida de que só um sapateiro que não seja poeta poderá fazer sapatos bem acabados."
Penso que escrever é um ofício árduo e duro como fazer um sapato. E sei que um sapateiro vale tanto para a sociedade quanto um poeta. Porém, ambos padecem do mesmo mal: A sociedade. Hoje, escrevo de Franca, terra do calçado e amanhã escreverei de um lugar qualquer que não me importa pensar... Penso apenas que escrever é um ofício alto e puro como fazer um sapato.
UM SAPATO DE PALHAÇO!
Fragmentos Junguianos...
Para meu irmão, um sapateiro e de seu irmão, um poeta. Irmãos para além da metáfora.
Chris Clown Oliveira